terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Doença de Alzheimer

Doença de Alzheimer

Esquecimento progressivo, inicialmente de fatos recentes, confusão mental (em alguns casos, delírio), palavras desconexas, tendência ao isolamento. Essa é a evolução da Doença de Alzheimer. Acredita-se que sua incidência tem aumentado não apenas pelo envelhecimento populacional, pois, com melhor assistência à saúde, as pessoas vivem mais, mas também por ter aumentado a taxa de diagnóstico. Descrita pela primeira vez em 1901 pelo neurologista alemão Alois Alzheimer, a Doença de Alzheimer é uma doença degenerativa cerebral, ou seja, o cérebro vai perdendo sua estrutura funcional, resultando em perda de habilidades como pensar, memorizar, raciocinar. A doença é progressiva e se inicia mais freqüentemente após os 65 anos e sua causa é desconhecida. É uma demência, ou seja, o paciente perde todas as funções que foram aprendidas durante a vida, como raciocínio, concentração, atividades manuais, conteúdos intelectuais (profissões, estudos) etc. A evolução do Alzheimer pode ser dividida em: - fase inicial: distração, dificuldade de lembrar nomes e palavras, esquecimento crescente, dificuldade para aprender novas informações, desorientação em ambientes familiares, lapsos pequenos, mas não característicos de julgamento e comportamento, redução das atividades sociais dentro e fora de casa. - fase intermediária: perda marcante da memória e da atividade cognitiva, deterioração das habilidades verbais, diminuição do conteúdo e da variação da fala, apresenta mais alterações de comportamento: frustração, impaciência, inquietação, agressão verbal e física, alucinações e delírios, incapacidade para convívio social autônomo, perde-se com facilidade, tendência a fugir ou perambular pela casa, inicia perda do controle da bexiga. - fase avançada: a fala torna-se monossilábica e, mais tarde, desaparece, continua delirando, transtornos emocionais e de comportamento, perda do controle da bexiga e do intestino, piora da marcha, tendendo a ficar mais assentado ou no leito, enrijecimento das articulações, dificuldade para engolir alimentos, evoluindo para uso de sonda enteral ou gastrostomia (sonda do estômago), morte. O diagnóstico é feito pelo médico com o mini-exame do estado mental (“mini-mental”), que são perguntas simples e, dependendo das respostas do paciente, é atribuída uma pontuação, fechando a suspeita de Doença de Alzheimer com a tomografia computadorizada de crânio. O tratamento é paliativo, uma vez que essa doença ainda não tem cura, pois trata-se de uma doença degenerativa do sistema nervoso central. Alguns remédios são indicados na tentativa de retardar a velocidade de progressão da doença, tendo que ter suas doses aumentadas e podendo ser substituídos por outros medicamentos mais fortes. Não é fácil a convivência com um paciente com Alzheimer. A alteração de humor e de comportamento são os pontos cruciais e muito dolorosos para o paciente e seu cuidador. A Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), cujo lema é Não há tempo a perder!, é excelente fonte de pesquisa e orientação ao cuidador do paciente com a Doença de Alzheimer. Mais informações sobre Alzheimer clique aqui.
* Médica residente em Clínica Médica do Hospital Servidor Público do Estado de São PauloIsabel Filomena Bechara Khouri